domingo, 21 de fevereiro de 2010

HORAS ETERNAS


HORAS ETERNAS

Quando eu ia pelo teu braço, campina abaixo, sentia o impulso indomável de gritar à toda gente:"Vede. ir assim insignificante e leve pelo seu braço, É TER UMA HORA ETERNA!
Quando sentamos no muro de adobe, coberto de hera e rosmaninho, eu tive desejo de dizer à toutinegra que picava a relva: "Vês, toutinegra minha, estar aqui, abandonada de ventura com as mãos em seu regaço, SIGNIFICA SENTIR UMA HORA ETERNA!
Quando paramos, ouvindo o sussurar das espumas da lagoa prateada, eu tive vontade de murmurar ao ligeiro fragor de suas ondas: "Sabes, estar assim, vivendo o sonho dos nossos anseios na nossa mudez interior, É VIVER UMA HORA ETERNA!
Quando falaste, meu querido amor, na meiguice do meu coração e na minha sonhadora alma, lastimei não poder dizer à branca navegante perdida entre as nuvens que estar a ouvir a música das tuas palavras, ERA POSSUIR UMA HORA ETERNA!
E quando me beijaste, meu amor, debaixo da flama azul do céu daquela noite, eu pedi baixinho às estrelas, que me trouxessem a morte na culminância de êxtase DAQUELA HORA ETERNA!

Do livro Poemas em Prosa, da grande poetisa gaúcha, Diocómata Ialeme Berlese, da qual nada sei, pois comprei o livro num sebo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário